domingo, 30 de novembro de 2008

Zona de Entrada Nas Bibliotecas

A zona de entrada de uma biblioteca não funciona apenas como entrada para os utilizadores mas também para a sua respectiva saída, para a exposição de novidades, para oferecer informações públicas, exposição e leitura de diários, distribuição de publicações gratuitas, depósito de objectos pessoais, distribuição de material informativo, recepção e orientação dos utilizadores e registo de empréstimos e devolução de documentos.
Características em termos de Espaço:
-É necessária a existência de um corredor fechado ou então coberto, para que caso seja necessário esperar pela abertura, se possam deixar os guarda-chuvas;
-A entrada deve estar identificada para que seja possível identificá-la com facilidade;
-A entrada deve estar acessível a todas as pessoas, dando especial atenção às pessoas com problemas físicos, mães com carrinhos de bebes, pessoas que estejam a transportar objectos entre outros.
Características Condicionantes
Entrada e Saída:
-A Entrada deve estar próxima de uma zona pessoal, de modo a que seja facilitada a vigilância;
-Deve estar próxima da zona de exposição da informação dos utilizadores;
-Se existir uma separação entre o percurso de entrada e saída, deve ter-se em consideração que a entrada se encontra localizada à direita e a saída à esquerda;
-Deve estar inserida nas funções de informação, guarda de objectos pessoais, registo de empréstimo, próxima do catálogo e da zona de estantes abertas;
-A iluminação deve ser especial.
Bibliografia Consultada:
VIDULLI, Paola – Diseno de bibliotecas: guia para planificar y projectar bibliotecas públicas. Tradução Xilberto Llano Caelles. 1ªed, 1998, ediciones TREA, S.L. ISBN 84 – 89 – 427 – 77 – 1.

[Próximo tópico: Exposição de Informação para os Utilizadores]

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Principais elementos de Mobiliários: Estantes


Estantes: funções e localização
As estantes são o mobiliário típico e o mais presente numa biblioteca. No geral distinguem-se as estantes destinadas à zona de livre acesso e estantes destinadas às zonas de depósitos. Estas últimas têm funções de conservação permanente dos materiais retirados do acesso livre, como fundos raros, publicações, etc. e de depósito temporal de colecções do serviço bibliotecário externo.
As estantes da zona de acesso livre podem ser mono funcional, ou seja, só para livros de colecção ou também pluri funcionais para livros, revistas, cassetes, vídeos, etc.

Tipos:
Do ponto de vista funcional distinguem-se três tipos:
Base independente e ajustadas à parede ou por outro lado prateleiras que se encaixam na parede;
Sem painel divisório central;
Sistemas específicos para grandes formatos.

Do ponto de vista do sistema construtivo, distinguem-se também três:
Sistema de painéis, onde são três verticais e dois horizontais. As prateleiras encaixam-se em suportes fixados em painéis laterais;
Sistema de construção: emprega aço para a construção vertical e a lâmina de aço dobra para as estantes;
Sistema compacto: usa-se normalmente para depósitos onde têm problemas de espaço. São armários metálicos dispostos sobre bases giratórias e dispõem-se em filas paralelas.

Elementos Complementares
ü Estantes inclinadas para exposição de jornais, revistas e livros;
ü Armários para os últimos números de publicações periódicas. É um compartimento aberto e na sua frente está situado o expositor.
ü Armários para cassetes, discos, partituras musicais. Estas ajustam o tamanho ao tipo de material.
ü Varetas para portas discos. Os discos ficam em pastas transparentes;
ü Armários com gavetas, compartimentos para usos diversos;
ü Placas para consultas, extraídos e apoiadas no solo, elevadas à uma altura de aproximadamente 105 cm ou à altura de uma mesa (75 cm) para consulta com cadeira;
ü Painéis de exposição;
ü Elementos eléctricos;
ü Elementos de sinalização.

Dimensões
Dada a sua presença permanente nas bibliotecas, o tamanho das prateleiras podem estabelecer-se, sendo que, no geral o tamanho é de 30 cm, ou de 60 cm. A largura mais apropriada é de 90 cm, mas podem existir de 75 cm para permitir o uso do espaço.
No caso das estantes metálicas, a espessura é de 10/10 mm e podem suportar cargas maiores e mais pesadas. A profundidade das prateleiras depende do formato dos documentos. As medidas habituais vão desde os 20 ou 25 cm para as zonas de empréstimos e 30 ou 35 cm para as obras de grande formato, como dicionários, enciclopédias, etc. Existem ainda estantes mínimas, ou seja, de 15 cm ou máximas de 40, 45 ou 50 cm para atender a necessidades concretas. A altura é um elemento variável que depende do número de estantes, factores ergonómicos, ou seja, se são para adultos ou para crianças. Mesmo assim, as estantes reservadas às publicações periódicas não devem ultrapassar a altura de 170 ou 180 cm.
Na zona de acesso livre e para facilitar a procura de documentos e a sua consulta efectiva é normal que as prateleiras estejam entre os 10 ou 15 cm do solo para a zona dos primeiros leitores, de 20 ou 30 cm para a zona infantil e de 40 cm para a secção de adultos.
Para as estantes baixas, independentes ou fixadas na parede com 3 ou 4 estantes para livros de formato médio, a altura é entre 120 e 160 cm podendo ser de 105 cm para a zona infantil. As estantes normais têm uma altura de 180 ou 2, 10 cm. A altura varia entre 25 cm para formatos normais e 35 cm para formatos grandes.

Materiais
A madeira e o aço são os materiais mais usados. Nos últimos anos têm aparecido produtos de interesse estético e técnico, uma mistura de madeira e metal. O emprego de plástico é raro e está limitado a elementos complementares.
Como se trata de materiais naturais, a presença de humidade residual pode alterar a sua forma.


Bibliografia Consultada
VIDULLI, Paola – Diseno de bibliotecas: guia para planificar y projectar bibliotecas públicas. Tradução Xilberto Llano Caelles. 1ªed, 1998, ediciones TREA, S.L. ISBN 84 – 89 – 427 – 77 – 1.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Mobiliário

Todo o mobiliário serve para um ambiente na biblioteca agradável e facilitar o desenvolvimento correcto das funções. A correcta selecção do mobiliário é parte integrante do projecto de planificação do espaço.
O projecto de planificação do espaço é feito sobre a base de um programa de funcionamento previamente acordado. Normalmente, esta selecção realiza-se depois e mediante uma convocatória de um concurso público entre as empresas do sector.
O espaço de uso que se indica para cada mobiliário tem presentes as indicações oferecidas por vários autores.

Análise das prestações dos principais elementos do mobiliário e qualificação do ambiente global
Em relação às características funcionais temos de ter em conta a flexibilidade e montagem. A sua tipologia pode ser modelos característicos do elemento no seu conjunto, com indicação dos equipamentos complementares. Em relação ao tamanho, faz-se referência a propriedades funcionais do produto e a modalidades de uso por parte dos utilizadores, segundo cada grupo de idade. As características técnicas assinalam-se as mecânicas e físicas dos elementos estruturais, temos de ter em conta também os materiais e por fim outras propriedades do tipo sensorial, visual, táctil, acústicas, cromáticas e de luz.

Mobiliário – Zona da Entrada
ü Entrada e saída: sistema anti – roubo, detector na saída, activador e desactivador magnéticos, cancela para bloquear a saída, sendo que esta é opcional, tiras magnéticas para os documentos;
ü Exposição de informação aos utilizadores: painéis expositores;
ü Depósito de objectos pessoais: cabides, armários de 15 cacifos com fechadura;
ü Consulta de novidades: bancos, mesas baixas, expositores de jornais, publicações periódicas e documentos;
ü Recepção: balcão, estantes para colecta de bolsas, terminais;
ü Empréstimo de Livros e outros materiais: carrinhos;
ü Serviços de Fotocópias: fotocopiadora

Mobiliário: Zona de Pesquisa Documental
ü Informação bibliográfica e consulta de catálogos: arquivo, leitores de Microfichas, computador pessoas,

Mobiliário: Zona das Prateleiras
ü Acesso livre a materiais de empréstimo e de consulta na sala: estantes para livros na secção de adultos, armários para cassete, armários para discos, mesas para consulta.

Mobiliário: Zona de consulta para adultos
ü Consulta de livros, obras de referência e publicações periódicas: mesa para consulta sistemática para um ou mais suportes, cabine individual de estudo, armários para documentos gráficos, expositor de atlas e mapas, armário arquivador de suspensão vertical.

Mobiliário: Zona Infantil
ü Recepção: balcão de recepção;
ü Empréstimo: estantes para crianças, armários para banda desenhada e livros ilustrados, balcão de exposição para distintos materiais, mesas de leitura de diferentes alturas, puffs.
ü Consulta de outros materiais: postos de assentos para audição com auriculares;
ü Actividades manuais: mesa de trabalho para actividades manuais, armários com portas e estantes móveis.

Mobiliário: Zona Polivalente
ü Reuniões: cadeiras, cadeiras com braço, mesas para trabalho em grupo e reuniões.

Mobiliário: Zona de Trabalho pessoal
ü Trabalho de oficina: composto por escritório, mesa para teclado ou máquina de escrever, cadeiras com rodas, armário e estantes.

Mobiliário: Zona de depósitos fechados ao público
ü Estantes para livros;
ü Armários compactos rotáveis por meios electrónicos, mecânicos ou manual.

Bibliografia Consultada
VIDULLI, Paola – Diseno de bibliotecas: guia para planificar y projectar bibliotecas públicas. Tradução Xilberto Llano Caelles. 1ªed, 1998, ediciones TREA, S.L. ISBN 84 – 89 – 427 – 77 – 1.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Colecções: Desenvolvimento, Manuntenção, Fundos, Empréstimos, Análise e Selecção

Desenvolvimento de colecções
Critérios para as colecções:
ü Uma diversidade de recursos que sirva todos os elementos da comunidade;
ü Recursos em formatos que permitam a todos os elementos da comunidade utilizarem os serviços da biblioteca;
ü Entrada de novos títulos;
ü Entrada de novos livros;
ü Cobertura de grande variedade de géneros de ficção e de assuntos de não ficção;
ü Oferta de recursos não impressos;
ü Acesso a recursos externos;


Princípios de manutenção de colecções
Aquisição e descarte:
Requer a entrada constante de novos materiais e a saída de materiais velhos, de forma a garantir a sua relevância. As taxas de aquisição são mais significativas do que o tamanho da colecção. A taxa de aquisição é frequentemente determinada em grande medida pelo orçamento destinado a recursos. O tamanho e a qualidade do fundo devem reflectir as necessidades da comunidade.

Fundos de reserva:
Pode ser necessário manter uma colecção de livros mais antigos e menos usados em estantes não directamente acessíveis ao público. Deve ser constituída apenas pelos livros que tenham uso corrente ou futuro e que não possam ser substituídos ou encontrados noutro suporte.

Empréstimo interbibliotecas:
Dentro de um serviço de troca de fundos entre bibliotecas proporciona a máxima utilização destes e oferece aos utilizadores uma maior variedade de títulos à escolha.

Análise da colecção
Para uma análise da colecção temos de ter em conta os seguintes aspectos:
ü Número e tipo de fundos existentes;
ü Percentagem de fundos de diferentes materiais;
ü Percentagem de fundos de diferentes suportes;
ü Estado dos fundos;
ü Análise da utilização dos fundos;
ü Volume de aquisições;

Selecção
Quem realizar esta tarefa deve conhecer bem os utilizadores; conhecer as necessidades ou interesses dos utilizadores e conhecer bem o mundo editorial.


Bibliografia Consultada
IFLA – Os serviços da Biblioteca Pública: Directrizes da IFLA/UNESCO. Caminho, 2003. ISBN 972 – 21 – 1567 - 7
SANJURJO, Maria Ramona Dominguez – Nuevas Formas de Organización y sercicios en la Biblioteca p´blica. 1ªed. Ediciones TREA, S.L., 1996. ISBN 84 – 89427 – 17 - 8

domingo, 23 de novembro de 2008

Recursos e Formatos das Colecções




Colecções:
ü Obras de ficção e não ficção para adultos, jovens e crianças;
ü Obras de referência;
ü Acesso a BD;
ü Publicações periódicas;
ü Jornais locais, regionais e nacionais;
ü Informação comunitária;
ü Informação governamental;
ü Informação sobre negócios;
ü Recursos da história local;
ü Recursos genealógicos;
ü Recursos na língua principal da comunidade;
ü Recursos noutras línguas;
ü Pautas musicais;
ü Jogos de computador;
ü Brinquedos;
ü Jogos e quebra – cabeças;
ü Materiais de estudo.

Formatos:
ü Livros;
ü Panfletos e publicações efémeras;
ü Jornais e outras publicações periódicas;
ü Informação digital através da internet;
ü BD em linha;
ü BD em CD – ROM;
ü Programas informáticos;
ü Microfichas;
ü Fitas magnéticas e discos compactos (CD´s),
ü Discos versáteis digitais (DVD´s);
ü Videocassetes;
ü Discos laser;
ü Materiais em tipo de letra grande;
ü Materiais em Braille;
ü Livros sonoros;
ü Livros electrónicos;
ü Cartazes.


Bibliografia Consultada
IFLA – Os serviços da Biblioteca Pública: Directrizes da IFLA/UNESCO. Caminho, 2003. ISBN 972 – 21 – 1567 - 7

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Gestão de Colecções: Que Política???

Cada sistema de biblioteca pública requer uma política de gestão de colecção escrita, aprovada pelo órgão que tutela os serviços da biblioteca para se conseguir garantir uma abordagem consistente à manutenção e desenvolvimento das colecções da biblioteca e do acesso aos seus recursos.
É importante que as colecções continuem a ser desenvolvidas numa base permanente, de forma a garantir o acesso constante a novos materiais e ir de encontro às exigências de novos serviços e de níveis de utilização em mudança.


Conteúdo da política
Universais:
ü Artigo XIX da declaração dos direitos humanos;
ü Declaração da IFLA sobre a liberdade de acesso á informação;
ü Declarações de liberdade intelectual, acesso gratuito a colecções de biblioteca;
ü Liberdade de Informação;
ü Consideração da convenção internacional dos direitos de autor;
ü Manifesto da IFLA/UNESCO sobre bibliotecas públicas.

Gerais:
ü Propósito da politica de gestão da colecção e sua relação com o plano geral do serviço de biblioteca;
ü Objectivos a longo e acurto prazo;
ü Estratégias de acesso;
ü História da colecção e/ou do serviço de biblioteca;
ü Identificação da legislação relevante.

Específicos:
ü Análise das necessidades da comunidade;
ü Prioridades do serviço de biblioteca;
ü Parâmetros da colecção, incluindo colecções especiais e colecções para grupos com necessidades específicas;
ü Princípios e métodos de selecção e descarte;
ü Distribuição orçamental;
ü Responsabilidades dentro da organização pelo desenvolvimento da colecção, selecção e descarte;
ü Acesso a recursos electrónicos;
ü O papel da biblioteca como portal electrónico de acesso á informação;
ü Relações de cooperação com outras instituições;
ü Politicas de preservação e conservação;
ü Auditoria à relação entre os materiais encomendados e recebidos;
ü Responsabilização financeira;
ü Politica de doações;
ü Plano de gestão de recursos avaliando as necessidades;
ü Exame e avaliação da política.

Bibliografia Consultada:
IFLA – Os serviços da Biblioteca Pública: Directrizes da IFLA/UNESCO. Caminho, 2003. ISBN 972 – 21 – 1567 - 7

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Serviços de Informação

Considerações a ter antes de se planear um Serviço de Informação
Antes de procedermos ao planeamento de um Serviço de Informação, como por exemplo, uma biblioteca, temos de ter em consideração determinados factores tais como, o panorama histórico da comunidade; a área de influência da comunidade; as características relativas à população como por exemplo económicas; as características sociais da comunidade e o ambiente externo num sentido mais amplo do que a própria comunidade.

Relativamente ao panorama histórico da comunidade, devem ser correctamente analisados os aspectos relacionados com a evolução histórica da comunidade nos últimos anos; as tendências bem como os ciclos de desenvolvimento e factos concretos, dando especial relevância ao nível social e ao nível económico.

Quanto à área de influência da comunidade deve ter-se em consideração a extensão da comunidade, pois será a esta que a biblioteca irá servir; as características físicas como são exemplo as vias de comunicação que várias vezes dificultam a comunicação dentro da comunidade.

Sendo assim, devemos ter em conta os seguintes aspectos relacionados com a população:
-Número de Habitantes;
-Sexo;
-Idade;
-Raça/língua;
-Mobilidade da População;
-População Estável;
-População Sazonal como por exemplo estudantes, férias, turismo;
-Tendências de crescimento;
-Distribuição da população.

Características económicas da comunidade a servir:

-Actividades económicas consideradas fundamentais;
-Períodos quer de recessão e crises, quer de crescimento e prosperidade económica;
-Incidência do desemprego;
-Existência de indústrias, empresas e entidades bancárias;
-Existência de grandes centros de trabalho que determinam as características da comunidade;
-Existência de grandes centros de ensino, de saúde, de férias etc;
-Existência de Centros ou organismos administrativos;
-Desenvolvimento da actividade comercial, artesanal e de serviços;
-Horários que regulam o comércio;
-A existência ou não dos mercados semanais ou mensais que atraem um grande número de população dos arredores;
-Presença e enraizamento das organizações sindicais.

Características sociais da comunidade:

-Existência de instituições e/ou organismos sociais de qualquer tipo;
-Existência de escolas e centros de ensino de diferentes níveis bem como características quer sejam oficiais ou privados;
-Centros de saúde. Instituições para doentes crónicos;
-Residências para anciãos;
-Prisões;
-Centros Culturais e de diversão: salas de exposições, cinemas, teatros, instalações desportivas, etc;
-Instituições de governo e administração;
-Jornais locais, emissoras de rádio e/ou televisão;
-Outras bibliotecas e centros de documentação;
-Livrarias;
-Associações de cidadãos de várias índoles.

Ambiente externo num âmbito mais amplo que a própria comunidade:

-Ambiente Político;
-Ambiente Económico.
Bibliografia Consultada:
SANJURJO, Maria Ramona Domíngues – Nuevas Formas de Organización y Servicios en la Biblioteca Pública. 1ª Ed. Ediciones TREA, S.L, 1996. ISBN 84 – 89427 – 17 - 8



Gestão de colecções e o seu enquadramento teórico

“… As colecções e os serviços devem incluir todos os tipos de suporte e tecnologias modernas apropriados, assim como fundos tradicionais. É essencial que sejam de elevada qualidade e adequados às necessidades e condições locais. Devem reflectir as tendências actuais e a evolução da sociedade, bem como a memória da humanidade e o produto da sua imaginação…” (manifesto da IFLA/UNESCO sobre bibliotecas Públicas, 1994).

O princípio do sistema de depósito legal, com o objectivo de desenvolver e preservar uma colecção nacional de matéria impresso, foi primeiro implementado em França por Francisco I, através de um decreto que proibia a venda de qualquer livro sem que primeiro tivesse sido depositado um exemplar na sua biblioteca.


Apesar de o decreto não ter sido devidamente respeitado, o facto é que o princípio de guardar para a memória colectiva foi estabelecido e veio a ser replicado noutros países. Outro aspecto importante do princípio de desenvolvimento e preservação de uma colecção nacional foi o da protecção dos direitos de autor, presente em vários decretos dos séculos XVIII e XIX.

Ao longo da história os requisitos têm evoluído, sobretudo no que respeita a outro tipos de suporte e tipos de publicações, como os materiais não livros e as publicações electrónicas. O número de exemplares tem sofrido várias alterações, tendo países com vários exemplares e outros apenas com um ou dois. O elemento que variou ao longo dos tempos é a responsabilização pelo depósito, ou seja, quem, como e quando o deve fazer. A responsabilização pela colecção nacional em termos de acessibilidade, divulgação e preservação, consignada à biblioteca nacional do país ou em alguns casos outra biblioteca nacional do país ou uma instituição com funções de Agência Bibliográfica Nacional.

No que diz respeito a Portugal, a evolução do sistema de depósito legal não é muito diferente. O conceito de colecção nacional remonta a criação da Real Biblioteca Pública da Corte em 1796, enquanto o início do depósito legal data de 1805.

Durante muito tempo o fundo documental das bibliotecas eram constituídos na sua maioria por livros, pouquíssimas publicações periódicas. Com o surgimento das mediatecas, os utilizadores puderam usufruir não só de materiais impressos, mas de materiais não livro. Ao mesmo tempo o mundo editorial também se diversificou e aumentou significativamente, o que obriga a uma selecção mais cuidado. Assim as bibliotecas redobram as suas preocupações em torno do seu fundo documental.

A colecção deve ser parte integrante da biblioteca e considerada como património cultural do país, sendo a biblioteca a natural possuidora com responsabilidades de manutenção e preservação. Obviamente, a posse de colecção não significa a posse dos direitos de propriedade intelectual. A legislação deve mencionar que a biblioteca depositária deverá manter permanentemente o material depositado, porém a legislação deve também consignar o direito de dispor de certas categorias de materiais sob certas condições.


Bibliografia Consultada
[1] IFLA – Os serviços da Biblioteca Pública: Directrizes da IFLA/UNESCO. Caminho, 2003. ISBN 972 – 21 – 1567 - 7

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Acessibilidade nas Bibliotecas Públicas

Podemos dizer que existem vários tipos de acesso, sendo eles:


Acesso do utilizador
A biblioteca deve providenciar o acesso público e gratuito à WWW de forma a permitir a todos os cidadãos a acesso á informação em suporte electrónico.


Acesso à distância
A biblioteca deve explorar as potencialidades das tecnologias de informação e comunicação para facultar ao público o acesso ao maior número dos seus recursos e serviços electrónicos á distância e estar disponível 24 horas por dia. Facultar o acesso ao catálogo da biblioteca na internet aumenta a sua acessibilidade.


Localização dos postos de serviço
Deve ser a mais conveniente possível para os habitantes da comunidade. Se possível devem localizar-se perto do centro da rede de transportes e de zonas de actividade comunitárias. Sempre que apropriado as bibliotecas podem partilhar o mesmo edifício com outras instituições, como museus, galerias, etc.
Deve ser muito visível e de fácil acesso a quem de desloca a pé, ou em transporte.

Acessibilidade das estantes
Os materiais devem ser expostos em estantes abertas colocadas a uma altura que permita o se acesso. Devem ser ajustáveis e de preferência sob roda com travão de forma a facilitar a sua deslocação. O mobiliário na secção infantil deve ser de dimensões apropriadas. As estantes devem ser de altura e largura acessíveis a utilizadores em cadeiras de rodas.


O acesso às colecções é determinado pelos regimentos internos das unidades de informação. Particularmente no caso das obras raras, algumas recomendações devem ser seguidas por todos:

  • O acesso ao sector de obras raras é extremamente restrito e controlado;
  • A chave desse sector deve, preferencialmente, estar sob a responsabilidade do chefe da biblioteca e do director da unidade;
  • Substituir as fechaduras sempre que a chave do sector de obras raras não puder ser localizada;
  • O acesso ao livro de registos das obras é restrito aos funcionários;
  • Para unidades de informação com acervo misto e com restrições de pessoal, o acesso às colecções raras deve obedecer um horário que permita o cumprimento das especificações de atendimento acima apresentadas.

Bibliografia Consultada

  • IFLA – Os serviços da Biblioteca Pública: Directrizes da IFLA/UNESCO. Caminho, 2003. ISBN 972 – 21 – 1567 - 7
  • MELLO, P.M.C de, SANTOS, M.J.V.C. da. Manual de conservação de acervos bibliográficos da UFRJ. [Em linha]. [Consultado em 8 de Nov. de 2008] Disponível na www: URL http://www.sibi.ufrj.br/manual_conservacao.doc.

domingo, 9 de novembro de 2008

Objectivos da Biblioteca

Providenciar recursos e serviços através de meios variados para dar resposta às necessidades de indivíduos e grupos nas áreas da educação, informação e desenvolvimento pessoal, incluindo a recreação e o lazer.

Definição de Biblioteca


“… A biblioteca pública – porta de acesso local ao conhecimento – fornece as condições básicas para uma aprendizagem contínua, para uma tomada de decisão independente e para o desenvolvimento cultural dos indivíduos e dos grupos sociais”.


Organização fundada, sustentada e financiada pela comunidade, quer através do governo local, regional ou nacional quer através de outras formas de organização comunitárias. Proporciona o acesso ao conhecimento, á informação e a obras criativas através de um leque variado de recursos e serviços e encontra-se à disposição de todos os membros da comunidade, sem distinção de raça, nacionalidade, idade, sexo, religião, língua, deficiência, condução económica e laboral e qualificações académicas.

Bibliografia Concultada
(IFLA – Os serviços da Biblioteca Pública: Directrizes da IFLA/UNESCO. Caminho, 2003. ISBN 972 – 21 – 1567 - 7)